No dia 24 de fevereiro, no Arquivo Distrital do Porto (rua das Taipas, 90, Porto), vai decorrer o colóquio Propaganda, cultura e entretenimento em Portugal na primeira metade do século XX.
Retiro a seguinte informação do programa do colóquio:
"O século XX assistiu a profundas mudanças sociais, culturais e tecnológicas. Invenções como a lâmpada, o automóvel e o telefone, no final do século anterior, mudaram o quotidiano das pessoas e teriam grande impacto nas décadas seguintes. Este progresso tecnológico prosseguiu na 1ª metade do século XX, a par de grandes mudanças no cenário político global. A concentração da população europeia nos grandes centros urbanos, a generalização do ensino e o desenvolvimento exponencial dos meios de comunicação fizeram surgir um novo tipo de cultura: a cultura de massas. Tornada um bem industrial, seguindo um modo de produção estandardizada, gerando um consumo maciço de bens culturais, a cultura de massas transmitiu valores e modos de estar que se impuseram como padrões culturais homogéneos.
Também as novas formas de organização do trabalho geraram mudanças, possibilitando um aumento do tempo de lazer disponível dos trabalhadores e permitindo que a relação dos indivíduos com o entretenimento sofresse alterações significativas nesta primeira metade do século, em particular graças a dois meios de comunicação: a rádio e o cinema".
Organização: Pedro Russo Moreira (INET-MD) e Carla Ribeiro (InED/ESEP e CEPESE/UP). Contactos: pfrmoreira@gmail.com e carlaribeiro@ese.ipp.pt.
Ler mais informação (atualizada em 25 de fevereiro de 2016) aqui
Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
Jornalismo cultural em ambiente digital
Dora Santos Silva defendeu hoje a sua tese de doutoramento na Universidade Nova de Lisboa, com o título Cultural Journalism in a Digital Environment. New Models, Practices and Possibilities.
Retiro o começo da sua síntese:
"Both culture coverage and digital journalism are contemporary phenomena that have undergone several transformations within a short period of time. Whenever the media enters a period of uncertainty such as the present one, there is an attempt to innovate in order to seek sustainability, skip the crisis or find a new public. This indicates that there are new trends to be understood and explored, i.e., how are media innovating in a digital environment? Not only does the professional debate about the future of journalism justify the need to explore the issue, but so do the academic approaches to cultural journalism. However, none of the studies so far have considered innovation as a motto or driver and tried to explain how the media are covering culture, achieving sustainability and engaging with the readers in a digital environment. This research examines how European media which specialize in culture or have an important cultural section are innovating in a digital environment. Specifically, we see how these innovation strategies are being taken in relation to the approach to culture and dominant cultural areas, editorial models, the use of digital tools for telling stories, overall brand positioning and extensions, engagement with the public and business models".
"Both culture coverage and digital journalism are contemporary phenomena that have undergone several transformations within a short period of time. Whenever the media enters a period of uncertainty such as the present one, there is an attempt to innovate in order to seek sustainability, skip the crisis or find a new public. This indicates that there are new trends to be understood and explored, i.e., how are media innovating in a digital environment? Not only does the professional debate about the future of journalism justify the need to explore the issue, but so do the academic approaches to cultural journalism. However, none of the studies so far have considered innovation as a motto or driver and tried to explain how the media are covering culture, achieving sustainability and engaging with the readers in a digital environment. This research examines how European media which specialize in culture or have an important cultural section are innovating in a digital environment. Specifically, we see how these innovation strategies are being taken in relation to the approach to culture and dominant cultural areas, editorial models, the use of digital tools for telling stories, overall brand positioning and extensions, engagement with the public and business models".
Virgílio Ferreira no teatro radiofónico
O Diário Popular editava, a 23 de dezembro de 1974, a notícia do novo folhetim de Rádio Clube Português, Vagão J, de Virgílio Ferreira. Seriam 22 episódios de 15 minutos cada um, adaptado por Costa Ferreira. Alguns intérpretes: Dalila Rocha, Irene Cruz, Zé Beto Marques, Catarina Avelar, Adelaide João, Madalena Braga, Maria Isabel, Varela Silva e António Montez. Sonoplastia e montagem de Marques Miguel e colaboração técnica de Mário Crisóstomo. O folhetim integrava-se na rubrica Teatro Livre, produção conjunta de Rogério Paulo, Armando Caldas e Rádio Clube Português, com o patrocínio de uma companhia de seguros. Esta rubrica durou alguns meses e permitiu à estação ter alguns bons trabalhos na área do teatro radiofónico. A direção artística pertenceu a Rui de Carvalho e a direção de produção a Fernando Curado Ribeiro.
O escritor Virgílio Ferreira nasceu a 28 de janeiro de 1916.
O escritor Virgílio Ferreira nasceu a 28 de janeiro de 1916.
domingo, 24 de janeiro de 2016
Sítio Certo, História Errada
Filme de Hong Sang-soo (2015), com Jung Jaeyoung, Kim Minhee, Ko Asung e Choi Hwajung. Num primeiro momento, o filme lembrou-me Lost in Translation, de Sofia Coppola (2013), com Bill Murray e Scarlett Johansson, um encontro entre um homem mais velho e uma mulher jovem, passado num país oriental, este no Japão e o outro na Coreia do Sul, em que a possibilidade de vida futura comum não tem qualquer probabilidade. Mas as semelhanças acabam aqui: enquanto o filme americano tem planos rápidos e uma montagem trepidante, o filme sul-coreano possui planos longos e fixos, exceto quando os dois conversam numa cafetaria e a câmara roda ora para um ora para outro lado. Hong Sang-soo procura mesmo uma harmonia nos locais filmados e os diálogos são lentos, quase ao mesmo tempo banais e filosóficos sobre a existência humana.
A história do filme mostra duas variações de um encontro romântico. O realizador Ham Cheon-soo, o senhor realizador como o tratam, chega à cidade de Suwon onde apresenta um filme seu e faz uma palestra sobre o mesmo a um grupo de estudantes. Chega no dia anterior e visita um palácio e centro de recolhimento sagrado. Aí, conhece a jovem Yoon Hee-jeong e descobre que é uma pintora no começo de carreira. Vê os seus quadros, janta com ela e segue-a para um encontro com amigos dela. A variação da história parte dos mesmos pressupostos mas apresenta algumas ideias de um outro ângulo. Por exemplo, se na primeira versão ele elogia a pintura dela, na segunda ele critica e encontra razões psicológicas de fuga à realidade na jovem. Na segunda versão, ele declara-se apaixonado por ela mas não pode ir além da declaração porque é casado e pai de dois filhos. Se na primeira versão ele sai enfastiado da conferência, dizendo mal do animador da sessão, na variação ele mostra-se encantado com o acolhimento na sessão de auditório.
Resumindo, o filme versa sobre as tentativas de abordagem de um indivíduo a um tempo e a um lugar, às suas múltiplas tentativas de ensaiar um caminho tipo "se eu fizesse isto". Ao mesmo tempo, o filme trabalha a ternura, os afetos e as possibilidades de êxito ou compromisso. É, por isso, um filme sobre a intimidade e as relações humanas.
A história do filme mostra duas variações de um encontro romântico. O realizador Ham Cheon-soo, o senhor realizador como o tratam, chega à cidade de Suwon onde apresenta um filme seu e faz uma palestra sobre o mesmo a um grupo de estudantes. Chega no dia anterior e visita um palácio e centro de recolhimento sagrado. Aí, conhece a jovem Yoon Hee-jeong e descobre que é uma pintora no começo de carreira. Vê os seus quadros, janta com ela e segue-a para um encontro com amigos dela. A variação da história parte dos mesmos pressupostos mas apresenta algumas ideias de um outro ângulo. Por exemplo, se na primeira versão ele elogia a pintura dela, na segunda ele critica e encontra razões psicológicas de fuga à realidade na jovem. Na segunda versão, ele declara-se apaixonado por ela mas não pode ir além da declaração porque é casado e pai de dois filhos. Se na primeira versão ele sai enfastiado da conferência, dizendo mal do animador da sessão, na variação ele mostra-se encantado com o acolhimento na sessão de auditório.
Resumindo, o filme versa sobre as tentativas de abordagem de um indivíduo a um tempo e a um lugar, às suas múltiplas tentativas de ensaiar um caminho tipo "se eu fizesse isto". Ao mesmo tempo, o filme trabalha a ternura, os afetos e as possibilidades de êxito ou compromisso. É, por isso, um filme sobre a intimidade e as relações humanas.
sábado, 23 de janeiro de 2016
Aveiro
A caminho da viagem pela ria. A cidade onde vivi metade do ano de 2000 - para escrever um livro - está mais bonita e mais voltada para o exterior, a começar pelo movimento do rio. E os restaurantes continuam com muita qualidade.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Ciclo de Cinema Russo
O Ciclo de Cinema Russo tem por objectivo a divulgação de obras máximas, muitas delas em versões restauradas, realizadas por dez realizadores, entre os quais Sergei Eisenstein, Andrei Tarkovsky, Aleksandr Dovzhenko, Larisa Shepitko, Sergei Bondarchuk, Marlen Khutsiev, Andrei Konchalowski e Aleksandr Sokurov, em quase cem anos de produção cinematográfica na Rússia. Exibição de uma trintena de filmes. Com início a 11 de fevereiro, será apresentada a obra integral de Andrei Tarkovsky. O ciclo decorre no Cinema Medeia Espaço Nimas, Lisboa (informação da organização).
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Renascido
Na história verídica de Glass, não há qualquer documento que indique que ele teve um filho e se casou sequer com uma mulher nativa, depois de capturado por índios americanos. Mas o filme ganha densidade dramática com as imagens de um passado feliz de Glass. E permite reconstituir a vida naquela época em que franceses e ingleses disputavam territórios aos nativos e onde os perigos vinham de muitos sítios. Nem a natureza nem os homens eram confiáveis.
Destaco ainda a fotografia de Emmanuel Lubezki e a música de Ryuichi Sakamoto, Carsten Nicolai e Bryce Dessner.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Escritores alentejanos em associação
No próximo sábado, dia 23 de janeiro, em Beja decorre a apresentação pública da Associação de Escritores do Alentejo (ASSESTA). O encontro está aprazado para a Biblioteca José Saramago, pelas 16:00.
Ela conta com os escritores Antónia Luísa Silva, Carlos Campaniço, Fernando Évora, Fernando Guerreiro, Joaninha Duarte, José Teles Lacerda, Luís Contente, Luís Miguel Ricardo, Manuela Pina, Maria Ana Ameixa, Maria Morais, Napoleão Mira, Olinda P. Gil e Vítor Encarnação. Ao mesmo tempo, há uma feira do livro.
Da informação divulgada pela associação, retiro o seguinte: entidade que "nasceu da vontade de um grupo de escritores alentejanos ou com fortes vínculos à região, em promover a literatura nestas terras de horizontes desafogadas. A ASSESTA tem como principais objetivos: realizar apresentações de livros e autores, organizar tertúlias temáticas, dinamizar oficinas de escrita criativa, desenvolver projetos literários de promoção e preservação da cultura alentejana, criar concursos literários para novos valores da escrita, fomentar espetáculos ligados à palavra (contos contados, poesias cantadas, etc.) e promover encontros literários". A ASSESTA está sediada na Casa da Cultura de Beja.
Ela conta com os escritores Antónia Luísa Silva, Carlos Campaniço, Fernando Évora, Fernando Guerreiro, Joaninha Duarte, José Teles Lacerda, Luís Contente, Luís Miguel Ricardo, Manuela Pina, Maria Ana Ameixa, Maria Morais, Napoleão Mira, Olinda P. Gil e Vítor Encarnação. Ao mesmo tempo, há uma feira do livro.
Da informação divulgada pela associação, retiro o seguinte: entidade que "nasceu da vontade de um grupo de escritores alentejanos ou com fortes vínculos à região, em promover a literatura nestas terras de horizontes desafogadas. A ASSESTA tem como principais objetivos: realizar apresentações de livros e autores, organizar tertúlias temáticas, dinamizar oficinas de escrita criativa, desenvolver projetos literários de promoção e preservação da cultura alentejana, criar concursos literários para novos valores da escrita, fomentar espetáculos ligados à palavra (contos contados, poesias cantadas, etc.) e promover encontros literários". A ASSESTA está sediada na Casa da Cultura de Beja.
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Cultura na Primeira Página
Saiu em 2014, mas só agora faço uma referência ao livro coordenado por Carla Baptista, que representa um mapa das principais tendências e evolução do jornalismo cultural impresso. O trabalho baseia-se na análise de conteúdo às notícias das primeiras páginas dos jornais Público, Diário de Notícias, Correio da Manhã, Jornal de Notícias, Expresso e Visão em dez anos (2000-2010), cobrindo dois grandes acontecimentos culturais (Porto 2001 e Guimarães 2012, este já fora do decénio) e em 20 entrevistas a diretores, editores e jornalistas da área da cultura.
Carla Baptista, que assina o primeiro texto, constata a redução quanto a número de suplementos culturais, número de críticos e espaço e visibilidade dada à área cultural no período estudado (2000-2010). Indica ainda uma maior aproximação aos valores da indústria e do valor comercial dos conteúdos. Para a autora, o jornalismo cultural é do domínio dos textos curtos (e também ensaio), dada a escassez do tempo de produção, foge aos temas eruditos e aos géneros da crítica, ensaia uma luta entre o cultural sagrado e o económico profano e reflete uma certa rebeldia estilística. Como conclusão, a autora indica que os jornais não são todos iguais em termos de cobertura da cultura. Se o Público se destaca, no Correio da Manhã há um peso maior da cultura popular, caso das festas religiosas. Do ponto de vista temático, dominam a música (27%), o cinema (20%) e a literatura (17%). Os protagonistas são indivíduos (64%), em detrimento das instituições (14%). Lisboa domina geograficamente (39%), o que significa um desligamento da imprensa face à tendência de maior capacitação cultural descentralizada.
O segundo texto pertence a Teresa Mendes Flores, que estuda o destaque da imagem nas primeiras páginas dos jornais estudados. Ela refere que, ao longo do decénio, a imagem fotográfica teve um relevo crescente, caso do Diário de Notícias, que faz depender a notícia da existência de imagem. A força da imagem subiu 13,2% no decénio. Na década estudada, há uma saturação, entendida como a grande quantidade de informação veiculada em simultâneo. Os jornais onde a área da cultura é mais importante são os que mais imagens produzem porque são os que mais destacam a cultura. Curioso o facto mais relevante na primeira página ser a fotografia do obituário.
O terceiro texto pertence a Dora Santos Silva, que estuda dois subgéneros na cultura – review (resenha) e roteiro, em substituição da crítica tradicional. A investigadora parte da ideia que o jornalismo contemporâneo opera um contínuo entre arte, cultura popular, estilo de vida e consumo, admitindo áreas como publicidade, moda e gastronomia. Isto conduz à inclusão do “jornalismo de serviço” ou “utilitário”, onde a cultura serve para decisões práticas do quotidiano. A review (resenha), subgénero da crítica, visa dar uma ideia resumida da obra, com o propósito de informar (e não educar). Uma das características diferenciadoras deste subgénero é a ausência de juízos de valor. Por seu lado, inserido no género utilitário, o roteiro ou guia diz respeito à programação e listas de teatros, filmes e outros eventos, juntando elementos de reportagem (que informa) e elementos da review (que incita a uma ação). Em Portugal, roteiros e reviews abundam nos suplementos de lazer. Dora Santos Silva chama a atenção para uma nova dimensão performativa do jornalismo cultural, que remete para um cenário menos autoral e menos legitimado.
O livro contém outros textos de igual interesse, como o de Marisa Torres da Silva, que estudou o estilo informativo e as práticas discursivas do jornalismo de música e conclui pela escrita que vagueia entre a informação, a interpretação, a crítica e a análise, Celiana Azevedo, que observou o Diário de Notícias e procurou definir as funções do jornalista da cultura, atendendo a que a crise financeira resultou em despedimento de jornalistas, diminuição de páginas e diminuição do tratamento da cultura, Helena Vieira, que destacou a presença frequente de figuras da cultura e conclui que o jornalismo cultural se constrói em torno de figuras, como realizadores, cantores e escritores, e Maria João Centeno trabalha a cobertura jornalística das capitais europeias da cultura, para quem a imprensa intervém no impacto dos eventos culturais na imagem das cidades e atrai e estimula o consumo entre os visitantes, mas não estimula a reflexão sobre as políticas culturais.
Leitura: Carla Baptista et al. (coord.) (2014). Cultura na Primeira Página. Lisboa: Mariposa Azual
Carla Baptista, que assina o primeiro texto, constata a redução quanto a número de suplementos culturais, número de críticos e espaço e visibilidade dada à área cultural no período estudado (2000-2010). Indica ainda uma maior aproximação aos valores da indústria e do valor comercial dos conteúdos. Para a autora, o jornalismo cultural é do domínio dos textos curtos (e também ensaio), dada a escassez do tempo de produção, foge aos temas eruditos e aos géneros da crítica, ensaia uma luta entre o cultural sagrado e o económico profano e reflete uma certa rebeldia estilística. Como conclusão, a autora indica que os jornais não são todos iguais em termos de cobertura da cultura. Se o Público se destaca, no Correio da Manhã há um peso maior da cultura popular, caso das festas religiosas. Do ponto de vista temático, dominam a música (27%), o cinema (20%) e a literatura (17%). Os protagonistas são indivíduos (64%), em detrimento das instituições (14%). Lisboa domina geograficamente (39%), o que significa um desligamento da imprensa face à tendência de maior capacitação cultural descentralizada.
O segundo texto pertence a Teresa Mendes Flores, que estuda o destaque da imagem nas primeiras páginas dos jornais estudados. Ela refere que, ao longo do decénio, a imagem fotográfica teve um relevo crescente, caso do Diário de Notícias, que faz depender a notícia da existência de imagem. A força da imagem subiu 13,2% no decénio. Na década estudada, há uma saturação, entendida como a grande quantidade de informação veiculada em simultâneo. Os jornais onde a área da cultura é mais importante são os que mais imagens produzem porque são os que mais destacam a cultura. Curioso o facto mais relevante na primeira página ser a fotografia do obituário.
O terceiro texto pertence a Dora Santos Silva, que estuda dois subgéneros na cultura – review (resenha) e roteiro, em substituição da crítica tradicional. A investigadora parte da ideia que o jornalismo contemporâneo opera um contínuo entre arte, cultura popular, estilo de vida e consumo, admitindo áreas como publicidade, moda e gastronomia. Isto conduz à inclusão do “jornalismo de serviço” ou “utilitário”, onde a cultura serve para decisões práticas do quotidiano. A review (resenha), subgénero da crítica, visa dar uma ideia resumida da obra, com o propósito de informar (e não educar). Uma das características diferenciadoras deste subgénero é a ausência de juízos de valor. Por seu lado, inserido no género utilitário, o roteiro ou guia diz respeito à programação e listas de teatros, filmes e outros eventos, juntando elementos de reportagem (que informa) e elementos da review (que incita a uma ação). Em Portugal, roteiros e reviews abundam nos suplementos de lazer. Dora Santos Silva chama a atenção para uma nova dimensão performativa do jornalismo cultural, que remete para um cenário menos autoral e menos legitimado.
O livro contém outros textos de igual interesse, como o de Marisa Torres da Silva, que estudou o estilo informativo e as práticas discursivas do jornalismo de música e conclui pela escrita que vagueia entre a informação, a interpretação, a crítica e a análise, Celiana Azevedo, que observou o Diário de Notícias e procurou definir as funções do jornalista da cultura, atendendo a que a crise financeira resultou em despedimento de jornalistas, diminuição de páginas e diminuição do tratamento da cultura, Helena Vieira, que destacou a presença frequente de figuras da cultura e conclui que o jornalismo cultural se constrói em torno de figuras, como realizadores, cantores e escritores, e Maria João Centeno trabalha a cobertura jornalística das capitais europeias da cultura, para quem a imprensa intervém no impacto dos eventos culturais na imagem das cidades e atrai e estimula o consumo entre os visitantes, mas não estimula a reflexão sobre as políticas culturais.
Leitura: Carla Baptista et al. (coord.) (2014). Cultura na Primeira Página. Lisboa: Mariposa Azual
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
A Rapariga Dinamarquesa
Filme de Tom Hooper (2015), com Alicia Vikander, Eddie Redmayne, Matthias Schoenaerts, Ben Whishaw, Sebastian Koch e Amber Heard. O filme conta uma história passada na Dinamarca, durante a década de 1920. O casal Einar e Gerda Wegener são dois pintores reconhecidos, mais ele que ela. Enquanto as obras de Einar são facilmente vendidas, Gerda enfrenta comentários críticos pela sua pintura ainda convencional.
Um dia, a modelo que Gerda contratou não apareceu. Ela usa o próprio marido, que aceita e (re)descobre, ao usar roupas de mulher, sentimentos de ordem de género sexual que o perturbam. Passa a representar um papel de mulher, acabando por ser considerado perigoso e doente e quase internado à força. Enquanto as obras expostas por Gerda ganham um sucesso inusitado, que a levam a Paris e a frequentar os meios artísticos de vanguarda, Einar definha. Até que o casal toma, de modo dramático, a decisão de mudança de sexo de Einar, que acaba com a morte por deficiências no tratamento médico.
O que mais me impressionou no filme é o trabalho de fotografia. Se a história retrata um tempo de repressões culturais e físicas, a imagem, incluindo planos, cores e movimentos, introduz um tempero estético e que leva à reflexão do que é uma cultura no tempo. O semelhante é aceite, o diferente é rejeitado. Se o desenrolar da história pode apresentar algum sentimento de repulsa (o filme foi proibido na Arábia Saudita por atentado moral), no fim há uma história de vida de grande sensibilidade. Aliás, no mesmo final do filme, há uma homenagem à posição pioneira de Einar Wegener.
Um dia, a modelo que Gerda contratou não apareceu. Ela usa o próprio marido, que aceita e (re)descobre, ao usar roupas de mulher, sentimentos de ordem de género sexual que o perturbam. Passa a representar um papel de mulher, acabando por ser considerado perigoso e doente e quase internado à força. Enquanto as obras expostas por Gerda ganham um sucesso inusitado, que a levam a Paris e a frequentar os meios artísticos de vanguarda, Einar definha. Até que o casal toma, de modo dramático, a decisão de mudança de sexo de Einar, que acaba com a morte por deficiências no tratamento médico.
O que mais me impressionou no filme é o trabalho de fotografia. Se a história retrata um tempo de repressões culturais e físicas, a imagem, incluindo planos, cores e movimentos, introduz um tempero estético e que leva à reflexão do que é uma cultura no tempo. O semelhante é aceite, o diferente é rejeitado. Se o desenrolar da história pode apresentar algum sentimento de repulsa (o filme foi proibido na Arábia Saudita por atentado moral), no fim há uma história de vida de grande sensibilidade. Aliás, no mesmo final do filme, há uma homenagem à posição pioneira de Einar Wegener.
domingo, 17 de janeiro de 2016
Não deixem morrer a arte, não deixem fechar os teatros
Foi um apelo emocionado no final da representação de Bocage nos Lábios de uma Mulher, texto e encenação de Florbela Oliveira, cuja carreira de apresentações terminou hoje no Teatro Bocage, aqui em Lisboa. Já com 35 encenações na sua carreira, a atriz e encenadora apresentou os jovens membros em cena. A peça, que combina o teatro musical com a obra e o perfil pessoal do poeta Bocage, segue com fidelidade a sua vida e obra literária, com poemas e textos do poeta, e a história criada pela encenadora.
Na representação, destaco Andreia Trindade, pela sua juventude e força com que desempenha a personagem masculina do poeta. As atrizes destacam-se no elenco, como Margarida Serra e Rute Moreira. Mas também Sandro Morgado como compositor e direção musical e David Silva na coreografia. Sala quase cheia com público maioritariamente jovem.
Na representação, destaco Andreia Trindade, pela sua juventude e força com que desempenha a personagem masculina do poeta. As atrizes destacam-se no elenco, como Margarida Serra e Rute Moreira. Mas também Sandro Morgado como compositor e direção musical e David Silva na coreografia. Sala quase cheia com público maioritariamente jovem.
sábado, 16 de janeiro de 2016
Nicolás Muller
Nicolás Muller.Obras-Primas, retrospetiva da vida e obra do fotógrafo húngaro Nicolás Muller, patente no Centro Cultural de Cascais, organizada em Portugal pelo Ministério da Educação, Cultura e Desporto do Governo de Espanha e pelo festival PhotoEspanha. A exposição tem curadoria de Chema Conesa e produzida pela Comunidade de Madrid, com 70 fotografias a preto e branco, parte do espólio guardado pela filha de Nicolás, Ana Muller. Fotografias feitas na Hungria, França, Espanha, Portugal e Marrocos. Algumas fotografias foram feitas na zona ribeirinha do Porto.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
Annual symposium / Montreal / June 28 – 30 2016
The Game History annual symposium is an event that connects media historians, sociologists, museum curators, and any other researcher interested in the cultural history of games. The conference series is presented in partnership LUDOV (Video games observation and documentation lab), Homo Ludens, and TAG (Technoculture, Arts and Games research center).
Hélio Cunha expõe em Aljustrel
A partir de hoje, nas Oficinas de Formação e Animação Cultural de Aljustrel, Hélio Cunha expõe pintura e desenho.
Hélio Cunha nasceu na Penha de França em Lisboa. Em 1978, viveu em Inglaterra onde iniciou estudos e experiências no domínio das Artes Plásticas. No final dessa década, frequentou o ateliê do escultor Domingos Soares Branco nos Coruchéus. A partir de 1982, realizou 40 exposições individuais e participou em mais de 150 coletivas. Em quatro diferentes ocasiões, obteve dois primeiros, um segundo e um terceiro prémios de pintura Portugal Telecom. Menção honrosa em pintura no concurso Mergulhe na Expo 98. Prémio MAC 2015 em pintura. Foi membro do júri de selecção do Prémio de Pintura e Escultura Artur Bual ( 2006). Um filme sobre a sua obra, realizado por Álvaro Queirós, figura nos arquivos do ANIM, Cinemateca Portuguesa.
Hélio Cunha nasceu na Penha de França em Lisboa. Em 1978, viveu em Inglaterra onde iniciou estudos e experiências no domínio das Artes Plásticas. No final dessa década, frequentou o ateliê do escultor Domingos Soares Branco nos Coruchéus. A partir de 1982, realizou 40 exposições individuais e participou em mais de 150 coletivas. Em quatro diferentes ocasiões, obteve dois primeiros, um segundo e um terceiro prémios de pintura Portugal Telecom. Menção honrosa em pintura no concurso Mergulhe na Expo 98. Prémio MAC 2015 em pintura. Foi membro do júri de selecção do Prémio de Pintura e Escultura Artur Bual ( 2006). Um filme sobre a sua obra, realizado por Álvaro Queirós, figura nos arquivos do ANIM, Cinemateca Portuguesa.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Trindade Guedes, o repórter de rádio
António Trindade Guedes nasceu no Peso da Régua em 1937, mas foi para o Porto muito jovem para trabalhar e estudar. Chegou a andar na Escola Industrial Infante D. Henrique mas desistiu. Desde esse tempo, ligou-se ao futebol: foi jogador (treinado por Artur Baeta), treinador (Salgueiros, Coimbrões, Lousada) e dirigente (Coimbrões; presidente do Conselho Técnico da Associação de Futebol do Porto). Entrou para a rádio nos Emissores do Norte Reunidos, onde fez o programa Penalty com o produtor Fernando Gonçalves. Em 1972, ligou-se a Artur Agostinho. Nesse ano, tornou-se produtor independente e criou o programa Alvo, emitido diariamente às 13:00 durante anos. Teve ainda o programa Panorama, com médicos a colaborarem com ele, aos sábados e domingos. Quando Ribeiro Cristóvão assumiu a condução do desporto na Rádio Renascença passou a trabalhar com ele. Recentemente, com a criação do quarto canal da Renascença, a Rádio Sim, o programa Alvo continua a emitir, agora aos sábados e domingos.
No livro, António Trindade Guedes recorda que foi o único jornalista de rádio presente na Taça Intercontinental de 1987. Noutro jogo de 1987, João Pinto, jogador do F. C. Porto, interrogado sobre a previsão do resultado entre o seu clube e o Bayern de Munique, respondeu com uma frase que ficou famosa: "Olhe, ó Trindade Guedes, prognósticos, prognósticos, só no fim do jogo" (p. 78). O radialista entrevistou muitos atletas, como Eusébio, Rui Costa, Vítor Damas e Fernando Gomes, e dirigentes como Pinto da Costa e Pimenta Machado. É conhecido pela marca TG, iniciais do seu nome profissional.
Leitura: Elvira Rodrigues e Germano Almeida (2015). Trindade Guedes. O Homem e o Repórter. Vila do Conde: Verso da História. 128 p., 19,95 euros.
No livro, António Trindade Guedes recorda que foi o único jornalista de rádio presente na Taça Intercontinental de 1987. Noutro jogo de 1987, João Pinto, jogador do F. C. Porto, interrogado sobre a previsão do resultado entre o seu clube e o Bayern de Munique, respondeu com uma frase que ficou famosa: "Olhe, ó Trindade Guedes, prognósticos, prognósticos, só no fim do jogo" (p. 78). O radialista entrevistou muitos atletas, como Eusébio, Rui Costa, Vítor Damas e Fernando Gomes, e dirigentes como Pinto da Costa e Pimenta Machado. É conhecido pela marca TG, iniciais do seu nome profissional.
Leitura: Elvira Rodrigues e Germano Almeida (2015). Trindade Guedes. O Homem e o Repórter. Vila do Conde: Verso da História. 128 p., 19,95 euros.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Entre Arquivos em sessão em Loulé
A próxima sessão do Entre Arquivos vai decorrer na Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença (Loulé), em 30 de Janeiro, às 15:00, com Sónia Vespeira de Almeida e Rita Ávila Cachado, responsáveis pelo projecto Fins de tarde com a Antropologia. Conversas sobre arquivos etnográficos, realizado em Lisboa.
As conferencistas têm como ponto de partida a ideia que a discussão sobre os arquivos etnográficos em Portugal é ainda tímida. Os materiais etnográficos produzidos no presente podem ver-se como arquivos históricos no futuro e em que as etnografias se registam de várias formas e têm diversas maneiras de guardar os registos.
As conferencistas têm como ponto de partida a ideia que a discussão sobre os arquivos etnográficos em Portugal é ainda tímida. Os materiais etnográficos produzidos no presente podem ver-se como arquivos históricos no futuro e em que as etnografias se registam de várias formas e têm diversas maneiras de guardar os registos.
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
To dente or not to dente
Vera Lagoa teve uma coluna muito lida no Diário Popular ao longo da década de 1960 e primeira metade da de 1970. Festas, recados e sugestões sociais, programas culturais (mais na versão moderna de socialites) e comentários irónicos constituíam algumas das linhas da sua coluna Bisbilhotices. Em 1968, ela fez sair um volume com os textos de anos anteriores. Um deles foi intitulado To Dente or Not Dente e era uma crítica a programa de rádio (24 de julho de 1966). Melhor, a uma locutora e produtora a falar de uma receita culinária. Como figurava um dente de alho na receita, a locutora acabou o seu comentário a dizer: To Dente or Not to Dente.
O texto de Vera Lagoa aponta o primeiro nome da locutora, o que nos leva a Maria Carlota Álvares da Guerra (mãe do jornalista João Paulo Guerra e da atriz Maria do Céu Guerra). A locutora, mas também autora de livros, não teria ficado nada satisfeita com esta crítica. E, de imediato, reagiu, conforme se lê no blogue de João Paulo Guerra: "Uma vez a Vera Lagoa – que nutria pela minha mãe um ódio de estimação amplamente retribuído – atreveu-se a meter-se com ela numa crítica no Diário Popular, zurzindo uma crónica da rádio. Maria Armanda Falcão, o nome real de Vera Lagoa, tinha-se separado recentemente de José Tengarrinha e, na resposta à crítica venenosa no Diário Popular, a Maria Carlota escreveu, ainda com mais veneno, qualquer coisa como isto: «Para que você me atingisse precisaria de ter garra. E você já nem sequer tem garrinha»".
Tengarrinha seria, nas décadas seguintes, conhecido como historiador, docente universitário e líder político (MDP-CDE). O livro de Vera Lagoa, Bisbilhotices, foi editado pela Ibis.
[agradeço ao meu amigo e colega Gonçalo Pereira Rosa o ter-me indicado o livro, por ele conter alguns comentários sobre rádio. A minha leitura e a retirada deste texto foi imediata]
O texto de Vera Lagoa aponta o primeiro nome da locutora, o que nos leva a Maria Carlota Álvares da Guerra (mãe do jornalista João Paulo Guerra e da atriz Maria do Céu Guerra). A locutora, mas também autora de livros, não teria ficado nada satisfeita com esta crítica. E, de imediato, reagiu, conforme se lê no blogue de João Paulo Guerra: "Uma vez a Vera Lagoa – que nutria pela minha mãe um ódio de estimação amplamente retribuído – atreveu-se a meter-se com ela numa crítica no Diário Popular, zurzindo uma crónica da rádio. Maria Armanda Falcão, o nome real de Vera Lagoa, tinha-se separado recentemente de José Tengarrinha e, na resposta à crítica venenosa no Diário Popular, a Maria Carlota escreveu, ainda com mais veneno, qualquer coisa como isto: «Para que você me atingisse precisaria de ter garra. E você já nem sequer tem garrinha»".
Tengarrinha seria, nas décadas seguintes, conhecido como historiador, docente universitário e líder político (MDP-CDE). O livro de Vera Lagoa, Bisbilhotices, foi editado pela Ibis.
[agradeço ao meu amigo e colega Gonçalo Pereira Rosa o ter-me indicado o livro, por ele conter alguns comentários sobre rádio. A minha leitura e a retirada deste texto foi imediata]
Francesco Luciani em concerto na Casa-Museu Abel Salazar
Concerto de Guitarra Francesco Luciani, dia 16, sábado, pelas 18:00, Casa-Museu Abel Salazar (S. Mamede de Infesta, Matosinhos).
Ana Lourenço
Volto a servir-me do Diário de Notícias, que indica que a jornalista Ana Lourenço, um dos rostos da SIC Notícias, pediu a demissão. Ela estava há 15 anos ao serviço da estação. Depois da saída de Pedro Norton e, há mais tempo, de António José Teixeira, diretor do mesmo canal, parecem nomes de mais a sair da Impresa. O que estará a acontecer?
Atualização a 1 de março de 2016: a partir de hoje, mês e meio após a demissão da SIC, a jornalista é pivô da RTP3.
Atualização a 1 de março de 2016: a partir de hoje, mês e meio após a demissão da SIC, a jornalista é pivô da RTP3.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Mudanças na Impresa
Leio no Diário de Notícias que Pedro Norton deixa a presidência executiva da Impresa, grupo que detém a SIC, Visão, Expresso e Blitz, e abandona o grupo no dia 6 de março. Estava a trabalhar no grupo há 23 anos e era o presidente executivo desde outubro de 2012. O filho de Francisco Pinto Balsemão, Francisco Pedro, de 35 anos, até agora à frente do departamento de recursos humanos do grupo, assume o cargo agora deixado vago.
5ª Conferência Internacional de Cinema de Viana
A 5ª Conferência Internacional de Cinema de Viana é um espaço de reflexão e de partilha de experiências que visa a construção de comunidade internacional de interesses e de divulgação de projetos relacionados com duas temáticas centrais do cinema: escola; arte, ciência e cultura. Inscrições até 31 de janeiro de 2016. Realiza-se no âmbito da programação dos XVI Encontros de Cinema de Viana. A conferência internacional terá lugar na Escola Superior de Educação de Viana do Castelo (avenida Capitão Gaspar de Castro), nos dias 12 e 13 de maio de 2016. Uma organização de Ao Norte, CEMRI-LAV, Universidade Aberta e ESE-IPVC [informação da organização].
Referendo da BBC sobre música
David Bowie faleceu ontem, com a notícia a circular hoje de manhã cedo. Ele editara o seu mais recente álbum há dias e houve a notícia de uma tournée incluindo Portugal. Aqui em casa tínhamos decidido assistir ao concerto quando ele viesse ao nosso país. Infelizmente tal não vai ocorrer.
Retiro do texto sobre ele na wikipédia, o começo da referência ao cantor: "Bowie só chamou a atenção do público em 1969, quando a canção Space Oddity alcançou o quinto lugar no UK Singles Chart. Após um período de três anos de experimentação, que incluem a realização de dois significativos e influentes álbuns, The Man Who Sold the World (1970) e Hunky Dory (1971), ele retorna em 1972 durante a era glam rock com um alter ego extravagante e andrógino chamado Ziggy Stardust, sustentado pelo sucesso de Starman e do aclamado álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. O seu impacto na época foi um dos maiores cultos já criados na cultura popular".
Talvez devido ao lado andrógino por ele ostentado na época, saiu esta notícia (Diário Popular, 18 de maio de 1974).
Retiro do texto sobre ele na wikipédia, o começo da referência ao cantor: "Bowie só chamou a atenção do público em 1969, quando a canção Space Oddity alcançou o quinto lugar no UK Singles Chart. Após um período de três anos de experimentação, que incluem a realização de dois significativos e influentes álbuns, The Man Who Sold the World (1970) e Hunky Dory (1971), ele retorna em 1972 durante a era glam rock com um alter ego extravagante e andrógino chamado Ziggy Stardust, sustentado pelo sucesso de Starman e do aclamado álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. O seu impacto na época foi um dos maiores cultos já criados na cultura popular".
Talvez devido ao lado andrógino por ele ostentado na época, saiu esta notícia (Diário Popular, 18 de maio de 1974).
domingo, 10 de janeiro de 2016
Boas pessoas
David Lindsay-Abaire nasceu num bairro operário em Boston sul em 1969. Conseguiu uma bolsa de estudos do Boy and Girls Club e iria estudar para a Milton Academy e, depois, as universidades nova-iorquinas de Sarah Lawrence e Julliard. No final da década de 1990 começou a trabalhar como autor dramático e ganhou um Pulitzer para o Teatro (2007).
A peça Boas Pessoas pode ser a obra mais autobiográfica do autor. Daniel (Pedro Laginha) sairia do bairro operário de Boston Sul e estudaria medicina. Depois voltou à cidade mas instalou-se numa zona rica. David Lindsay-Abaire também parece viver uma espécie de emigrante ou estrangeiro - não sendo de Boston ou de Nova Iorque ou de outra cidade onde viva.
Voltar a Boston para ver o bairro e as transformações entretanto ocorridas reflete-se no modo como o autor arquiteta a sua história, em que Margarida (Maria João Abreu), amiga de infância e namorada (dois meses), procura Daniel para pedir emprego. Ela tinha uma filha já adulta, nascida prematura e ainda dependente da mãe. Isso levava Margarida a chegar consecutivamente atrasada ao emprego, até ser despedida através do encarregado Sérgio (Luís Lucas Lopes) da loja de "Tudo a um Euro". A história junta ainda duas personagens que pertencem ao círculo próximo de Margarida: Júlia ou Ju (numa voz portentosa de Sílvia Filipe), amiga íntima, e Dulce (Irene Cruz), senhoria e também confidente da primeira. Só pelas cenas passadas no bingo entre as três mulheres, a que se junta Sérgio, a peça merece ser vista. Há ainda uma longa cena em casa de Daniel, com a mulher deste, Catarina (Leonor Seixas), com a presença de Margarida, convidada para um festa entretanto anulada. Destaco ainda a encenação (Marta Dias), o cenário (Catarina Barros) e os figurinos (Dino Alves), além dos sete coelhos, pela coreografia e pelo desempenho na mudança de cenários.
David Lindsay-Abaire julgava que a sua peça teria um curto período de tempo e que se apagaria rapidamente. Mas a crise financeira relevou as desigualdades sociais e económicas e criou grandes níveis de desemprego nos Estados Unidos, como se verifica também em Portugal, o que mantém uma grande atualidade. Na peça, Daniel não valoriza o fator sorte mas considera que o que lhe aconteceu foi resultado do seu esforço, o que não aconteceu com Margarida. Aqui, faço um novo paralelo entre autor e personagem: só há pouco tempo é que David Lindsay-Abaire descobriu que a bolsa se destinava a premiar um atleta, coisa que ele não era - o que ilustra o fator sorte. Claro que a isto devemos juntar a perseverança dele.
A peça tem momentos sérios, pois trata de problemas sérios, mas a forma como se apresentam os diálogos, o tom irónico colocado em muitas das situações, levam a que a mensagem seja recebida pelo espectador de modo agradável. Afinal, Boas Pessoas leva-nos para o que as pessoas são mas também para os seus discursos. Uma coisa é o que o indivíduo é, outra é o que ele julga ser e o como os outros o veem.
Adenda (em 18 de janeiro de 2016): Sobre a atriz principal e a encenadora, ler aqui artigo do Diário de Notícias.
A peça Boas Pessoas pode ser a obra mais autobiográfica do autor. Daniel (Pedro Laginha) sairia do bairro operário de Boston Sul e estudaria medicina. Depois voltou à cidade mas instalou-se numa zona rica. David Lindsay-Abaire também parece viver uma espécie de emigrante ou estrangeiro - não sendo de Boston ou de Nova Iorque ou de outra cidade onde viva.
Voltar a Boston para ver o bairro e as transformações entretanto ocorridas reflete-se no modo como o autor arquiteta a sua história, em que Margarida (Maria João Abreu), amiga de infância e namorada (dois meses), procura Daniel para pedir emprego. Ela tinha uma filha já adulta, nascida prematura e ainda dependente da mãe. Isso levava Margarida a chegar consecutivamente atrasada ao emprego, até ser despedida através do encarregado Sérgio (Luís Lucas Lopes) da loja de "Tudo a um Euro". A história junta ainda duas personagens que pertencem ao círculo próximo de Margarida: Júlia ou Ju (numa voz portentosa de Sílvia Filipe), amiga íntima, e Dulce (Irene Cruz), senhoria e também confidente da primeira. Só pelas cenas passadas no bingo entre as três mulheres, a que se junta Sérgio, a peça merece ser vista. Há ainda uma longa cena em casa de Daniel, com a mulher deste, Catarina (Leonor Seixas), com a presença de Margarida, convidada para um festa entretanto anulada. Destaco ainda a encenação (Marta Dias), o cenário (Catarina Barros) e os figurinos (Dino Alves), além dos sete coelhos, pela coreografia e pelo desempenho na mudança de cenários.
David Lindsay-Abaire julgava que a sua peça teria um curto período de tempo e que se apagaria rapidamente. Mas a crise financeira relevou as desigualdades sociais e económicas e criou grandes níveis de desemprego nos Estados Unidos, como se verifica também em Portugal, o que mantém uma grande atualidade. Na peça, Daniel não valoriza o fator sorte mas considera que o que lhe aconteceu foi resultado do seu esforço, o que não aconteceu com Margarida. Aqui, faço um novo paralelo entre autor e personagem: só há pouco tempo é que David Lindsay-Abaire descobriu que a bolsa se destinava a premiar um atleta, coisa que ele não era - o que ilustra o fator sorte. Claro que a isto devemos juntar a perseverança dele.
A peça tem momentos sérios, pois trata de problemas sérios, mas a forma como se apresentam os diálogos, o tom irónico colocado em muitas das situações, levam a que a mensagem seja recebida pelo espectador de modo agradável. Afinal, Boas Pessoas leva-nos para o que as pessoas são mas também para os seus discursos. Uma coisa é o que o indivíduo é, outra é o que ele julga ser e o como os outros o veem.
Adenda (em 18 de janeiro de 2016): Sobre a atriz principal e a encenadora, ler aqui artigo do Diário de Notícias.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
O massacre de Munique em 1972 e o seu reflexo na rádio portuguesa
Em 7 de setembro de 1972, dois programas da Rádio Renascença eram suspensos. De produtores independentes, José Manuel Nunes e Adelino Gomes dirigiam Página 1 (19:30 às 21:00) e João Paulo Guerra era o responsável por Tempo ZIP (00:00 às 3:00). No começo da década de 1970, parte da programação da Renascença destacara-se pela sua qualidade, recordando ainda o programa 23ª Hora, que vinha de 1959 e se tornara uma referência com João Martins e batia a concorrência de Rádio Clube Português à noite. Página 1, por exemplo, começara como uma ligação entre o programa de rádio e a revista Flama, um semanário conceituado com preocupações religiosas e sociais.
Naquele começo de setembro, um comando palestiniano tinha entrado na aldeia olímpica de Munique e atacado e assassinado atletas e dirigentes israelitas. Adelino Gomes fez uma leitura dos trágicos acontecimentos, sem deixar de chamar a atenção para o problema político que envolvia a população palestiniana. À noite, João Paulo Guerra pegou no mesmo assunto. A notícia do Diário Popular indica a suspensão mas não revela as razões do sucedido, embora o editorial desse dia contasse a posição oficial do jornal (do governo) sobre o massacre de Munique. Nem aponta a decisão final: Tempo ZIP desapareceu, Página 1 reapareceu algum tempo depois. Adelino Gomes e João Paulo Guerra seriam irradiados.
No ano seguinte, na atribuição dos prémios de rádio pela Casa da Imprensa, apesar de não atribuir prémio para um programa de rádio, o júri referiu a qualidade do programa Tempo ZIP enquanto existiu e pediu que fosse dado a título excecional um prémio de Reportagem Radiofónica a Adelino Gomes pelas suas qualidades no programa Página 1, no qual "assumiu convictamente todos os riscos e deveres inerentes à profissão, sendo por isso de lamentar o seu prolongado afastamento" (Diário Popular, 13 de dezembro de 1973).
A proibição dos dois profissionais de trabalharem na estação seria levantada em abril de 1974.
Naquele começo de setembro, um comando palestiniano tinha entrado na aldeia olímpica de Munique e atacado e assassinado atletas e dirigentes israelitas. Adelino Gomes fez uma leitura dos trágicos acontecimentos, sem deixar de chamar a atenção para o problema político que envolvia a população palestiniana. À noite, João Paulo Guerra pegou no mesmo assunto. A notícia do Diário Popular indica a suspensão mas não revela as razões do sucedido, embora o editorial desse dia contasse a posição oficial do jornal (do governo) sobre o massacre de Munique. Nem aponta a decisão final: Tempo ZIP desapareceu, Página 1 reapareceu algum tempo depois. Adelino Gomes e João Paulo Guerra seriam irradiados.
No ano seguinte, na atribuição dos prémios de rádio pela Casa da Imprensa, apesar de não atribuir prémio para um programa de rádio, o júri referiu a qualidade do programa Tempo ZIP enquanto existiu e pediu que fosse dado a título excecional um prémio de Reportagem Radiofónica a Adelino Gomes pelas suas qualidades no programa Página 1, no qual "assumiu convictamente todos os riscos e deveres inerentes à profissão, sendo por isso de lamentar o seu prolongado afastamento" (Diário Popular, 13 de dezembro de 1973).
A proibição dos dois profissionais de trabalharem na estação seria levantada em abril de 1974.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
“A rádio não tem emissão educativa. É essencialmente distração”. Da tradição à modernidade radiofónica (1961-1969)
"O texto faz a análise de diversos elementos que contribuíram para as grandes alterações do panorama radiofónico português ao longo da década de 1960. Entendo que as mudanças nesse período agitaram a rádio mas confirmaram-na como um meio muito robusto, apto a inovações e criação de novos públicos. No trabalho, são estudados alguns intervenientes na cena radiofónica (realizadores, escritores, locutores), programas, produtores independentes e relação da atividade de rádio com a produção de fonogramas.Não é objeto do texto o arranque do jornalismo radiofónico em 1961 nem a novidade provocada pela programação de FM". Para ler o texto completo, carregar aqui. Texto apresentado em 28 de fevereiro de 2012.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Companhia Mascarenhas-Martins (Montijo)
No sábado dia 16 de janeiro, a Companhia Mascarenhas-Martins apresenta-se ao público como nova estrutura de produção artística sediada no Montijo e com o objetivo de desenvolver trabalho profissional nas áreas do teatro, cinema, música, literatura e artes plásticas. Em 2016, seu primeiro ano de actividade, a nova companhia tem nos seus planos apresentar dois espectáculos de teatro baseados em textos originais, produzir um documentário e organizar conversas sobre a importância de fundar e manter estruturas artísticas. Na primeira apresentação pública, partilhar-se-á com os espectadores alguns dos motivos que levaram à fundação da nova estrutura, numa reflexão para a qual foram convidados os responsáveis por algumas das mais antigas companhias de teatro em atividade. A conversa, na Casa Mora (Montijo), com início marcado para as 16:00, será uma reflexão sobre a importância de fundar e manter estruturas artísticas profissionais, com a participação de João Brites (O Bando), Luís Miguel Cintra (Teatro da Cornucópia), João Lourenço e Vera San Payo de Lemos (Teatro Aberto). À noite, pelas 21:30, o concerto de Maria Mascarenhas e Levi Martins, que interpretarão canções de várias épocas e origens, num concerto intimista e descontraído (texto e imagem fornecidos pela organização).
Adenda (18 de janeiro de 2016, 19:00): em baixo, duas imagens da conversa e do concerto. Na conversa, que contou com a participação de Luis Miguel Cintra (Teatro da Cornucópia), João Brites (Teatro O Bando), João Lourenço e Vera San Payo de Lemos (Teatro Aberto), foi feita a comparação entre o momento em que estes fundaram as suas companhias e a atualidade (amabilidade de texto e imagens de Levi Martins).
Adenda (18 de janeiro de 2016, 19:00): em baixo, duas imagens da conversa e do concerto. Na conversa, que contou com a participação de Luis Miguel Cintra (Teatro da Cornucópia), João Brites (Teatro O Bando), João Lourenço e Vera San Payo de Lemos (Teatro Aberto), foi feita a comparação entre o momento em que estes fundaram as suas companhias e a atualidade (amabilidade de texto e imagens de Levi Martins).
sábado, 2 de janeiro de 2016
Audiências de televisão em 2015 e jornalismo de referência
Retiro do Diário de Notícias online: "Os quatro canais generalistas registaram, em 2015, uma quota de mercado inferior à do ano anterior. A TVI continua a ser o canal preferido dos portugueses (22,5% de share em 2015 e 23,5% no ano anterior). A SIC segue em segundo lugar (18,7% em 2015, 19,1% em 2014), a RTP1 em terceiro (14,8% em 2015, 15,6% no ano anterior). A RTP2 registou 2% de share em 2015, menos uma décima do que em 2014. Números que se explicam com o crescimento de audiência dos canais por cabo, tendência que já se verifica de alguns anos a esta parte: assim, o conjunto de canais de cabo registou, em 2015, um share de 31,1% (contra os 29,3% do ano anterior). No segmento dos canais de informação, de assinalar a tendência de crescimento da SIC Notícias e da TVI24 e a queda da RTP3. O canal de notícias da SIC registou, em 2015, um share de 1,9% (1,7% em 2014). A TVI24 subiu dos 1,3% de 2014 para 1,6% em 2015. O canal de informação da estação pública de televisão caiu uma décima (0,9%)".
A descida dos canais generalistas e a subida dos canais por cabo acompanha, noutros media, a quebra de leitura de jornais em papel e o crescimento do consumo da internet nomeadamente em telemóveis inteligentes, situação verificável nos últimos anos. A interatividade e a autoedição tornam-se cada vez mais atrativas do que a receção passiva. Mas falta a edição crítica e de referência, como se lê no artigo de José Pacheco Pereira hoje no Público: "Os jornalistas têm um grande masoquismo, para não lhe chamar outra coisa, ao dar estatuto noticioso às “redes sociais”, sem a mediação e edição jornalística". E ele conclui: "cada vez mais o chamado “jornalismo de investigação” está no centro do jornalismo que ainda sobrevive em papel". Ou Alexandra Lucas Coelho, no dia 27 de dezembro último com o texto Para não acabar de vez com os jornais (e a democracia), onde ela lamenta o desaparecimento de jornais como Sol e i, os despedimentos no Público, a sua condição de colaboradora após a vaga anterior de despedimentos de jornalistas. Ela pede que o Público, dado ser um "perdório" de dinheiro desde o seu início, que se transforme em modelo de fundação e se defina como meio de responsabilidade social.
A quebra de audiências nos canais generalistas tem consequências, como menos trabalho e encomendas mas o modelo parece condenado, pela perspetiva generalista dos canais. Houve esse tempo de ouro do modelo generalista mas agora há uma inclinação para a especialização temática. Contudo, à perda de audiências dos canais generalistas assiste-se a um aumento do poder negocial dos operadores de telecomunicações, evidente nos negócios das três últimas semanas com os clubes desportivos mais fortes em Portugal. Esse maior poder negocial dos operadores de telecomunicações transfere para estes as decisões de conteúdos, o que não é igualmente bom para o pluralismo de expressões culturais.
A descida dos canais generalistas e a subida dos canais por cabo acompanha, noutros media, a quebra de leitura de jornais em papel e o crescimento do consumo da internet nomeadamente em telemóveis inteligentes, situação verificável nos últimos anos. A interatividade e a autoedição tornam-se cada vez mais atrativas do que a receção passiva. Mas falta a edição crítica e de referência, como se lê no artigo de José Pacheco Pereira hoje no Público: "Os jornalistas têm um grande masoquismo, para não lhe chamar outra coisa, ao dar estatuto noticioso às “redes sociais”, sem a mediação e edição jornalística". E ele conclui: "cada vez mais o chamado “jornalismo de investigação” está no centro do jornalismo que ainda sobrevive em papel". Ou Alexandra Lucas Coelho, no dia 27 de dezembro último com o texto Para não acabar de vez com os jornais (e a democracia), onde ela lamenta o desaparecimento de jornais como Sol e i, os despedimentos no Público, a sua condição de colaboradora após a vaga anterior de despedimentos de jornalistas. Ela pede que o Público, dado ser um "perdório" de dinheiro desde o seu início, que se transforme em modelo de fundação e se defina como meio de responsabilidade social.
A quebra de audiências nos canais generalistas tem consequências, como menos trabalho e encomendas mas o modelo parece condenado, pela perspetiva generalista dos canais. Houve esse tempo de ouro do modelo generalista mas agora há uma inclinação para a especialização temática. Contudo, à perda de audiências dos canais generalistas assiste-se a um aumento do poder negocial dos operadores de telecomunicações, evidente nos negócios das três últimas semanas com os clubes desportivos mais fortes em Portugal. Esse maior poder negocial dos operadores de telecomunicações transfere para estes as decisões de conteúdos, o que não é igualmente bom para o pluralismo de expressões culturais.
Ponto Media
António Granado escreveu o seguinte: "O PONTO MEDIA chega hoje ao fim. Foram 15 anos de vida, acompanhado pelos melhores leitores. Quando, ainda no ano 2000, decidi criar este blog como resolução de novo milénio, sempre pensei que os posts teriam de ser úteis para quem o visitasse. Fiz questão de optar por um estilo curto (às vezes demasiado curto, admito), privilegiando links para textos que me pareciam interessantes e que pudessem trazer alguma novidade ao campo do ciberjornalismo, mas não só. O blog serviu também, como tantas vezes disse, para me organizar melhor, para conseguir ter à mão uma grande diversidade de textos que pudesse utilizar nas aulas ou recomendar aos alunos. Nesse sentido, o Ponto Media cumpriu o seu propósito e acho que terá sido proveitoso para quem o acompanhou".
Ao António Granado, os meus agradecimentos pelos seus textos e pelo incentivo dado quando eu quis também terminar este espaço. Também eu gostaria que ele continuasse, um blogue que até tem ISSN.
Ao António Granado, os meus agradecimentos pelos seus textos e pelo incentivo dado quando eu quis também terminar este espaço. Também eu gostaria que ele continuasse, um blogue que até tem ISSN.
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