terça-feira, 29 de maio de 2018

O formidável volante Nunes dos Santos

O depois comendador Abílio Nunes dos Santos Júnior foi um grande pioneiro da rádio portuguesa, com o seu CT1AA. No verão, ele fechava a estação para demandar os Estados Unidos e comprar microfones e outros equipamentos de radiodifusão. Filho e sobrinho dos donos dos Armazéns do Chiado, era também conhecido pelas suas proezas automobilísticas. Aqui, na fotografia (O Domingo Ilustrado, nº 100, 12 de dezembro de 1926). Nunes dos Santos acabara de ganhar o quilómetro, presumo que no Campo Grande, junto ao hipódromo. Nada nos identifica o vencedor com a rádio.


Eu sempre pensei que o Bugatti do industrial e radialista era pintado de amarelo. Ou seria branco? Alargo a página: além do formidável volante no grande chassis Bugatti, outra fotografia com o sportsman Artur Alves e a célebre divette Laura Costa com um manteaux de petit gris e uma terceira fotografia com Luís José Frade de Almeida e o seu soberbo Jean Gras. Incluo ainda a última página da edição. Hoje, a cada palavra portuguesa introduz-se uma inglesa; então, era o francês que se intrometia entre nós. Gosto particularmente de divette, cantora de opereta ou de café-concerto. Ontem, como hoje, o espetáculo e o desporto associavam-se.


Abílio Nunes dos Santos Júnior receberia a Comenda de Mérito Agrícola e Industrial em 1931 (revista Rádio-Ciência, novembro de 1931). Três anos depois, retirava-se da atividade radiofónica, quando a Emissora Nacional começou a emitir (ainda na fase experimental).

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